segunda-feira, 30 de abril de 2012

Falcão - No Cume

Uma grande música, um grande intérprete. Obrigado Falcão!



No Cume

No alto daquele Cume
Plantei uma roseira
O vento no Cume bate
A rosa no Cume cheira

Quando vem a chuva fina
Salpicos no Cume caem
Formigas no Cume entram
Abelhas do Cume saem

Quando cai a Chuva grossa
A água do Cume desce
O barro do Cume escorre
o mato no Cume cresce

Então quando cessa a chuva
No Cume volta a alegria
Pois torna a brilhar de novo
O sol que no Cume ardia

quarta-feira, 25 de abril de 2012

13º Salário NUNCA Existiu!



Matemática nunca foi meu forte, mas ela contribuiu bastante nesta conclusão!
Nunca tinha pensando sobre este aspecto. Brilhante, de fato! 

Os trabalhadores ingleses recebem os ordenados semanalmente! 
Mas há sempre uma razão para as coisas e os trabalhadores ingleses, membros de uma sociedade mais amadurecida e crítica do que a nossa, não fazem nada por acaso! 

Ora bem, cá está um exemplo aritmético simples que não exige altos conhecimentos de Matemática, mas talvez necessite de conhecimentos médios de desmontagem de retórica enganosa. 

Lembrando que o 13º no Brasil foi uma inovação de Getúlio Vargas, o “pai dos pobres” e que nenhum governo depois do dele mexeu nisso. 

Porquê? Porque o 13º salário não existe. 

O 13º salário é uma das mais escandalosas de todas as mentiras dos donos do poder, quer se intitulem “capitalistas” ou “socialistas”, e é justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam. 

Suponhamos que você ganha R$ 700,00 por mês. Multiplicando-se esse salário por 12 meses, você recebe um total de R$ 8.400,00 por um ano de doze meses. 
R$ 700,00 X 12 = R$ 8.400,00 

Em Dezembro, o generoso governo manda então pagar-lhe o conhecido 13º salário. 

R$ 8.400,00 + 13º salário = R$ 9.100,00 

R$ 8.400,00 (Salário anual) 
+ R$ 700,00 (13º salário) 
= R$ 9.100,00 (Salário anual mais o 13º salário) 

... e o trabalhador vai para casa todo feliz com o governo que mandou o patrão pagar o 13º. 

Façamos agora um rápido cálculo aritmético:

Se o trabalhador recebe R$ 700,00 mês e o mês tem 4 semanas, significa que ganha por semana R$ 175,00. 

R$ 700,00 (Salário mensal) 
dividido por 4 (semanas do mês) 
= R$ 175,00 (Salário semanal) 

O ano tem 52 semanas (confira no calendário se tens dúvida!). Se multiplicarmos R$ 175,00 (Salário semanal) por 52 (número de semanas anuais) o resultado será R$ 9.100,00. 

R$ 175,00 (Salário semanal) 
X 52 (número de semanas anuais) 
= R$ 9.100,00 

O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual mais o 13º salário
Surpresa!!
Onde está, portanto, o 13º Salário? 

A resposta é que o governo, que faz as leis, lhe rouba uma parte do salário durante todo o ano, pela simples razão de que há meses com 30 dias, outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda assim, apesar de cinco semanas o governo só manda o patrão pagar quatro semanas) o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro ou cinco semanas. 

No final do ano o generoso governo presenteia o trabalhador com um 13º salário, cujo dinheiro saiu do próprio bolso do trabalhador. 

Se o governo retirar o 13º salário dos trabalhadores da função pública, o roubo é duplo. 

Daí que não existe nenhum 13º salário. O governo apenas manda o patrão devolver o que sorrateiramente foi tirado do salário anual. 

Conclusão: Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um adicional.

13º NÃO É PRÊMIO, NEM GENTILEZA, NEM CONCESSÃO. 
É SIMPLES PAGAMENTO PELO TEMPO TRABALHADO NO ANO!
TRABALHE PELA CIDADANIA!
CIRCULE ISSO!

O Ceará e o fantasma da seca!

A chuva abaixo da média em 2012 começa a causar prejuízos no interior do Ceará. 


De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), nas regiões do sertão central e sertão dos inhamuns, choveu 42% a menos do esperado para o mês de março. Em todo o Estado, até agora, a precipitação de abril está 70% abaixo do esperado.
Dos 138 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado apenas dez estão no limite máximo; ao todo, os reservatórios atingem 69,86% da capacidade. Como a chuva não chega a todas as localidades, acontece o fenômeno conhecido como "seca verde", em que a vegetação tem a pigmentação, mas não dá frutos.
No campo, as plantações não se desenvolvem e os prejuízos se acumulam. Em municípios como Morada Nova, Independência, Boa Viagem e Ibicutinga, as perdas já chegam a 80% da lavoura, segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado.
A Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará já prevê a liberação de recursos do programa "garantia safra" que tem cerca de 240 mil agricultores cadastrados.
Fonte:

Agricultores ocupam prefeitura de Pentecoste




24/04/2012 - Cerca de 200 agricultores de todas as comunidades de Pentecoste ocuparam na manhã desta terça-feira (24), por volta das 10h e 20 min. a prefeitura municipal.


Os manifestantes com o apoio do Sindicato dos trabalhadores e Trabalhadoras Rurais - STTR e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra - MST, tendo em vista a perca de suas plantações devido à estiagem deste ano, estão reivindicando a antecipação do Garantia Safra, distribuição de cestas básicas e a abertura de frentes de serviços.


Neste momento, a prefeitura de Pentecoste está totalmente ocupada pelos manifestantes e aguarda a presença de autoridades para formar a mesa de negociações.
Fonte:

terça-feira, 24 de abril de 2012

Prêmio World Press Photo 2012


A exposição World Press Photo, com uma seleção de 160 imagens premiadas na 55ª edição do maior concurso internacional de fotojornalismo, vai estar no Museu da Eletricidade, em Lisboa, entre 27 de abril e 20 de maio.

Esta apresentação em Portugal da 55ª edição do World Press Photo resulta de uma colaboração entre a Fundação EDP e a revista Visão, e mostrará ao público a foto vencedora e outras premiadas em cada uma das nove categorias do concurso.
O vencedor desta 55ª edição do concurso foi o fotógrafo espanhol Samuel Aranda, falecido este ano, que concorreu com um retrato de uma mulher, coberta por um véu integral, que abraça um familiar ferido em confrontos no Iémen.
A imagem foi captada dentro de uma mesquita utilizada como hospital durante os confrontos entre polícia e manifestantes contrários ao regime do presidente Ali Abdullah Saleh, tendo sido utilizada como retrato simbólico da "Primavera Árabe".
A foto captada por Samuel Aranda foi escolhida entre mais de 100 mil fotografias a concurso.
Na edição deste ano, cujo resultado foi conhecido a 10 de fevereiro, foram avaliados os trabalhos de 5.247 profissionais originários de 124 países.
Disponível em:

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Livro: "Bíblia da Sedução"

Um livro dedicado aos que se dedicam ao amor!



Alex Hilgert vem se dedicando há vários anos ao estudo da cromoterapia, do-in, psicologia, filosofia, teologia e outras áreas que o livro abrangerá. Ele mesmo, entretanto, não se tem na conta de filósofo e psicólogo. Considerando-se apenas um autodidata aplicado.
Ultimamente é tido como o mago da sedução, porque desenvolveu várias técnicas que auxiliam as pessoas a conhecer rapidamente o perfil básico da personalidade do sexo oposto.
O resultado é um livro inédito e revolucionário, concatenando conhecimentos de várias áreas para a queda vertiginosa da solidão.




quinta-feira, 19 de abril de 2012

Imagens da cidade soterrada!

Bairro Monte Castelo




                                      Bairro dos trabalhadores







                                                  Bairro Salinas




Bairro Nascer do Sol

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Patrimônio Material de Itapajé!


CAPELA DE NOSSA SENHORA DA PENHA DE FRANÇA
Itapajé





As origens de Itapajé e a capela em Santa Cruz

Itapajé, assim como muitas outras cidades cearenses, surgiu através de peregrinações dos jesuítas na intensão de catequizar a população. Por volta do ano 1607, os jesuítas Francisco Pinto e Luís Figueira encontraram índios da tribo dos Guanacés nas proximidades do atual distrito de Missi, pertencente hoje a Irauçuba. No início do século XVIII, frei Vidal da Penha desenvolvia sua missão percorrendo algumas serras do norte cearense. Por onde passava, frei Vidal fincava uma cruz de madeira para marcar os lugares que tinha evangelizado. Um desses lugares foi Santa Cruz de Uruburetama (hoje um distrito de Itapajé).

No final do século XVIII,o Ceará ainda passava por um processo de propagação da religiosidade. Por isso, existiam poucas instituições religiosas, tendo o estado apenas 14 paróquias. Foi exatamente nessa época que o Ceará ganhou duas novas capelas: a primeira era a de Nossa Senhora da Penha de França, em Santa Cruz de Uruburetama, no ano de 1793; a segunda, a de São Francisco das Chagas em Canindé, no ano de 1795 (embora tenha sido projetada em 1775 pelo português Francisco Xavier Medeiros). Ambas pertenciam à Paróquia de Fortaleza.

Apesar de ser mais nova, a capela de Canindé conseguiu sua elevação à Matriz antes que a capela de Santa Cruz. Esse fato ocorreu em 11 de agosto de 1817 pelo bispo de Olinda Dom Frei Antônio de S. José Bastos. Sendo assim, Santa Cruz, que antes pertencia à Paróquia de Fortaleza, agora pertencia à Paróquia de Canindé, que se estendia desde o oeste, até a serra de Uruburetama, onde fazia divisa com a Paróquia de São Bento da Amontada (que corresponde nessa área à Itapipoca).

Alguns documentos dão maior comprovação da subordinação da capela da Santa Cruz à Paróquia de Canindé. Existem muitos assentos de casamentos e batizados, porém, destacaremos o do Capitão Manuel Rodrigues Barreto com Luisa Francisca de Sousa:

"Aos vinte e três de novembro de 1839 pelas 5 horas da tarde, na capela de Santa Cruz de Uruburetama, Freguesia do Ceará, depois de corridos os banhos de sua naturalidade sem impedimento, confessados e examinados na doutrina cristã, o Revdo. Francisco Rodrigues Barbosa, de licensa minha, assistiu ao matrimônio de Manoel Rodrigues Barreto, viúvo de Geralda Teixeira de Matos, com Luisa Francisca de Sousa, filha legítima de João Bonfim e Joana Francisca da Conceição, despensados no segundo grau de sanguinidade, os nublentes naturais e moradores dessa Freguesia de Canindé e logo lhe dei as bênçãos nupciais na forma do Ritual Romano, presentes as testemunhas João Ferreira Gomes e João Francisca Ferreira. E para constar mandei este assento em que me assino. O vigário Manoel Thomaz Rodrigues Campêlo." (XAVIER, Padre Luis Gonzaga. Dom Aureliano Matos no centenário de seu nascimento, p. 25-26)

Outro documento que comprova o início do funcionamento da capela no dia primeiro de fevereiro de 1793, é o termo de abertura do livro de assentamentos de batizados:

"Este livro há de servir- para nelle se lançarem os assentos dos batismos que na nova capela de N. Senhora da Penha da França, cita na serra de Uruburetama fossem feitos: e vai numerado e rubricado com a firma Saldª de que uso: e o R. Capellam será obrigado a fazer os ditos assentos e para constar fiz este termo nesta serra de Uruburetama, freguesia de Fortaleza- em vista, ao primeiro de fevereiro de 1793. João José Saldanha Marinho, Visitador." (XAVIER, Padre Luis Gonzaga. Dom Aureliano Matos no centenário de seu nascimento, p. 25-26)

Somente depois de vinte e cinco anos da Paróquia de Canindé é que a capela de Nossa Senhora da Penha de França foi elevada a Matriz. Esse fato ocorreu em 3 de dezembro de 1842, pela Lei nº 262, porém só foi instituída canonicamente sete anos depois pelo bispo de Olinda D. João da Purificação Marques Perdigão. Neste mesmo ano houve a criação do município pela Lei nº 502 de 22 de dezembro.

A transferência de sede

Na primeira metade do século XIX, enquanto Santa Cruz - agora paróquia - desenvolvia-se lentamente, um pequeno arraial, no sopé da serra, passava por constante crescimento. Esse arraial chamava-se São Francisco dos Ipús (devido aos alagadiços que, em linguagem indígena, era ipús) e teve como fundador, segundo alguns historiadores, Antônio Rodrigues Martins, o "carola", no ano de 1939.

Nesse período, São Francisco dos Ipús passava por uma grande desordem, principalmente no âmbito político, o que provocou muitos confrontos. Devido a essa desordem e em meio a tantas lutas, teve o arraial um segundo nome, sendo chamado agora de Riacho do Fogo.

Mesmo com essas turbulências o arraial continuava se desenvolvendo e já começava a se destacar tanto quanto Santa Cruz. Com isso, em 19 de dezembro de 1837, o casal Francisco da Cunha Linhares e Dominga Pereira Pinto, que moravam no Riacho do Fogo, decidem doar um terreno para a construção de uma capela que ficou construída em 1847 por Francisco Miguel de Andrade, sendo ela dedicada a São Francisco de Assis.

No dia 20 de Julho de 1859, pela Lei nº 886, o presidente da Província Lafayete Rodrigues Pereira, que geria a região, comandou a fusão das localidades de Santa Cruz e Riacho do Fogo. Este fato só veio anteceder o que viria a acontecer cinco anos mais tarde.
Com a unificação das duas localidades, a região recebeu seu terceiro nome e passou a se chamar São Francisco de Uruburetama.

Devido ao grande desenvolvimento desempenhado pelo antigo Riacho do Fogo, e já que agora as duas localidades estavam juntas, o presidente da província no dia 21 de novembro de 1864, pela resolução nº 11decidiu transferir a sede da Paróquia de Santa Cruz para a capela de São Francisco de Assis, aquela que tinha sido construída em 1847 e que agora era transformada em matriz.

A capela em Santa Cruz hoje 

Hoje Santa Cruz é um distrito muito importante para Itapajé, sendo um dos mais povoados e organizados. Apesar de ser distante da sede, atrai muitas pessoas devido à sua importância histórica.

A capela de Nossa Senhora da Penha de França, com suas portas e estrutura centenárias, resiste valentemente ao tempo, já que ainda não foi feito um trabalho de restauração e também não foi desenvolvido um plano de tombamento. As poucas ações que foram promovidas na tentativa de preservação da capela foram algumas pinturas, reformas no telhado, manutenção na parte elétrica, adaptações no patamar e outras pequenas reformas que não condizem com a grandiosidade histórica que ela representa para Itapajé, já que ela foi a segunda capela do município (a primeira foi a de Nossa Senhora do Rosário e situa-se dentro do cemitério de Santa Cruz) e uma das primeiras do Ceará. A falta de informação da comunidade que trabalha na capela fez também com que muitas modificações em sua estrutura física acontecessem. Pouca coisa na capela é original: foi mudado o piso, tiraram o coro e foram feitas pequenas mudanças no altar.

Na capela existem as covas de cinco integrantes da família Bastos, uma das mais tradicionais da cidade. Uma dessas covas é a do Coronel Júlio Pinheiro Bastos, que já foi prefeito e que era praticamente o dono de Santa Cruz. Júlio Bastos foi protagonista de um polêmico episódio nessa região, quando foi acusado pelo homicídio de outro coronel, o Cel. Braga. Júlio Bastos alegava ser inocente, mas, mesmo assim, pagou uma pena de treze anos, sendo que pra onde quer que ele fosse teria que ser acompanhado por um soldado. Sedento em provar sua inocência, Júlio Bastos fez uma promessa a Nossa Senhora da Penha pedindo que fosse descoberto o verdadeiro assassino antes de sua morte. A graça foi alcançada, pois descobriram que o assassino havia sido o cunhado da vítima a mando de sua própria esposa.

Existe uma lenda entre os populares que diz que a capela cairá no primeiro dia de um indeterminado ano, mesmo assim, a época em que a capela recebe maior visitação é durante o novenário de Nossa Senhora da Penha, que dá-se do dia 23 ao dia 31 de Dezembro. Durante a festa milhares de pessoas marcam presença, principalmente na missa de encerramento que acontece no dia 1º de Janeiro. Nessa ocasião, peregrinos de toda Itapajé vão pagar sua promessas, sendo que muitos deles vão caminhando, não se importando com a distância.

Itapajé hoje dá mais importância a capela de Nossa Senhora da Penha no âmbito religioso. Assim como muito outros municípios, ainda não existe uma consciência preservacionista de seus patrimônios. Porém, alguns professores de História e alguns universitários estão se organizando para que isso não aconteça mais, pois tão necessário quanto preservar nossos patrimônios, é fazer com que a população os considerem importantes.

BIBLIOGRAFIA

BASTOS, Maria Zelândia Sales. Histórias da Minha Terra. Fortaleza: Realce, 2006.

MESQUITA, Ricardo Carneiro de. Conhecendo o Município. Fortaleza: Art & Cores, 2007.

XAVIER, Pe. Luís Gonzaga. Dom Aureliano Matos no seu centenário de nascimento, p. 25-26

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Pedofilia é considerada deficiência na Grécia: pedófilos têm direito a benefícios!


O governo grego reconheceu nesta semana pedófilos, exibicionistas e cleptomaníacos como categorias de deficiências reconhecidas pelo estado. A decisão gerou severas críticas nos grupos de pessoas portadoras de necessidades especiais, que classificaram a decisão como “incompreensível”.
“Pedófilos serão bonificados com uma indenização superior à que recebem pessoas que transplantaram órgãos”, lembrou a Confederação Nacional de Pessoas com Deficiência da Grécia (NCDP) ao manifestar seu descontentamento com a medida.
Segundo o Ministério do Trabalho da Grécia, essa inclusão teve por base questões de avaliação médica e será utilizada como um indicador para a concessão de assistência financeira. Piromaníacos, apostadores compulsivos, fetichistas e sadomasoquistas também já fazem parte da lista.

Yiannis Vardakastanis, líder da NCDP, disse à Associated Press que “o que está acontecendo é incompreensível” e que “deve haver algum grande engano”. Ele não considera justo que “voyeurs tenham direito a 20 ou 30% do benefício a deficientes enquanto que diabéticos que consomem quatro ou cinco doses de insulina por dia recebam apenas 10%”.
Diversos benefícios para pessoas com deficiência já foram afetados com a série de medidas de austeridade implementadas por Atenas para combater sua crise financeira. Gastos com o sistema de bem-estar social foram severamente cortados para que o país pudesse receber empréstimos emergenciais do FMI e continuasse a integrar a zona do Euro.
Disponível em:

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Verdadeira Amizade - Reencontro entre um leão e seus amigos humanos!

O rei do elogio!


Maias questionam "Apocalypto", filme de Mel Gibson sobre a sua civilização


O filme "Apocalypto", do realizador americano Mel Gibson, "é uma degradação do pouco que resta de nossa cultura", queixou-se um líder desta etnia, enquanto a estreia do filme despertou elogios e críticas do público. 
O filme de Gibson é "um jogo com o acervo cultural da etnia" Maia, disse à AFP Feliciano Chan Ake, general Maia que preside à instituição o Grande Indígena Maia A.C. Chan Ake criticou ainda a participação de maias no filme rodado no sudeste do México. "Para quem fez o filme, é um prémio, um reconhecimento, dinheiro. Mas para os Maias, é uma ofensa. Quem vende a nossa cultura, vende as nossas crenças, vende a nossa gente", acrescentou o líder Maia do Estado de Quintana Roo, onde se situa o famoso balneário de Cancún. 
Participaram das filmagens de "Apocalypto" pelo menos 12 pessoas de etnia Maia, entre elas Isidra Hoil, de apenas 8 anos, que interpretou uma menina afectada por uma doença contagiosa que pressagia o fim da grande civilização peninsular. 
Totalmente falado em Maia, o filme conta a história de um jovem que, após ser capturado, consegue fugir e reencontrar a família. A trama é entremeada por cenas sangrentas e muito violentas, que se sucedem durante as mais de duas horas de projecção. 
Sobre os sacrifícios humanos exibidos no filme, o dirigente Maia considerou que foram muito exagerados. "Existiu, sim, um tipo de sacrifício às divindades, mas os Maias foram e são pacíficos, não buscavam lutas, embora seja certo que não se deixaram dominar pelos espanhóis ou pelos astecas. O Maia é livre", afirmou. 
Ele explicou que o conselho a que preside integra uma organização nacional que abrange 56 etnias do México, sustentando que em Quintana Roo "há cerca de 10.000 Maias". Embora tenha dito que também existem outros, ele lamentou que "nem todos procurem preservar o pouco que nos resta do nosso acervo cultural". 
A estreia do filme em Cancún foi um sucesso absoluto, mas muitos espectadores concordaram com as críticas sobre o tratamento dado à cultura Maia, enquanto outros consideraram-no apenas "um filme de acção". "Viemos por curiosidade porque é o filme da moda", disse à AFP Francisco Tun Tuz, que disse ter gostado do filme como uma produção hollywoodiana, embora se tenha queixado da violência e da má dicção da língua aborígene. 
Dado que a sua língua natal é o Maia, Tun Tuz assegurou que só a menina e o velho da tribo "falam verdadeiro Maia, os outros tentam, mas não dão a entoação adequada, não alongam as vogais onde devem fazê-lo". Ele insistiu que o filme "é pura ficção, nada histórico, é um filme mais comercial, nada que nos eduque sobre as nossas raízes". 
Rolando Pérez, outro espectador, lamentou que "com a riqueza, a complexidade da cultura Maia, o filme se centre apenas num aspecto sanguinário dos nossos ancestrais". "O sentido bélico dos Maias foi engendrado quando contactaram com os toltecas, mas a sua cultura foi muito mais rica e significativa", disse, opondo-se às cenas de violência. 
Na capital mexicana, os espectadores divergiram sobre a superprodução, qualificando-a simplesmente como "uma porcaria" ou "muito realista". "É uma porcaria, apresenta os Maias como animais. Ou Mel Gibson é incompetente ou queria denegrir-nos", disse, indignado, à AFP Luís Galicia, ao sair de uma sessão no primeiro dia de exibição. 
Para Marco González, ao contrário, o filme "é a verdade, é muito realista. Se você ler os livros, (verá) que foi assim, não há motivo para se escandalizar", acrescentando que "todos os sacrifícios tinham uma justificação". 
Na verdade, fazer cinema não é, obrigatoriamente, fazer História ou, provavelmente nunca é fazer história. Mas um filme não ganha nada quando não tem em conta o rigor histórico. O filme de Mel Gibson é fracote e está longe de outras obras do autor. O realizador resolveu contar uma sua versão dos finais da história da civilização Maia. Esqueceu, ou pôs de lado, a construção da civilização Maia e colocou o enfoque no que ele entende por ter sido a sua decadência, a crueldade, a violência. É a visão dele. Muito longe da realidade, com crueldade que baste e muito sangue. Porque a civilização Maia faz parte dos programas de História, se o filme por aí passar, convém aos professores de História debater e problematizar, não vão os alunos, comer gato por lebre.

Disponível em:

O primeiros contatos entre o mundo europeu e o americano




OS PRIMEIROS CONTATOS ENTRE O MUNDO EUROPEU E O AMERICANO*

Francisco Jonas Gomes de Sousa

Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA
Centro de Ciência Humanas-CCH


Resumo

A transição do século XV para o XVI foi marcada pelo encontro das civilizações européias com o Novo Mundo. Tudo começou com as grandes navegações, que propiciaram aos europeus a oportunidade de conquistarem novas terras e aumentarem seu poderio econômico. Porém, para que isso ocorresse, era necessário manter contato com os nativos da região, o que causou momentos de grandes prejuízos para os mesmos.

Palavras-chave

Conquista da América – encontro – escravidão - dizimação






Antecedentes

Velejar por mares desconhecidos e encontrar lugares nunca antes imaginados foram desafios para os europeus do século XV. Havia entre eles um grande medo de enfrentar os perigos existentes (ou não) nestas longas viagens que, por falta de recursos, poderiam demorar mais de três meses. Essa aventura foi o que hoje chamamos de Grandes Navegações, e que foram responsáveis pelo perfil da sociedade global que hoje conhecemos. É bem verdade que muito dos perigos que os europeus tiveram que passar era imaginário e revelavam o caráter supersticioso da sociedade da época. Exemplificando, muitos acreditavam que a terra era quadrada, que o horizonte representava o "fim da linha" do planeta e que ao chegarem naquele ponto, suas embarcações despencariam em um abismo. Outros ainda diziam que o oceano era habitado por monstros terríveis que poderiam engolir os navegantes. Ilusões à parte havia os perigos reais que colocavam em risco a vida de muitos aventureiros, como era o caso dos fortes ventos, das doenças, da fome em alto mar, etc. Mas será que valeria a pena enfrentar todos esses perigos? Se a viagem fosse bem sucedida com certeza valeria. As especiarias foram um dos objetivos das grandes navegações e o seu comércio era extremamente lucrativo, pois elas eram muito cobiçadas. O outro motivo das navegações foi de caráter religioso: o Cristianismo também precisava romper fronteiras. Ou seja, as navegações contribuíram no processo de catequização dos considerados "pagãos". Portugal foi o primeiro desta empreitada e liderou a expansão marítima e comercial européia, pois investiu no negócio das especiarias e artigos de luxo. Para isso foi grande a importância da Escola de Sagres, onde estudiosos conversavam, levantavam hipóteses e compartilhavam experiências para conseguirem melhores êxitos em seus trabalhos. Foi assim que Vasco da Gama conseguiu chegar às Índias contornando a África e controlando esta rota marítima. Assim, para concorrer com Portugal, a Espanha buscou um novo caminho para o Oriente contornando o planeta. Essa era a proposta do espanhol Cristóvão Colombo. Porém, acredita-se que ele não sabia que encontraria um novo continente e, depois de passar cerca de dois meses velejando, deparou-se com terras que posteriormente seriam chamadas de "América".



Periodização da História

            Devido à importância destes fatos, muitos historiadores consideram a descoberta da América como a passagem da Idade Média para a Idade Moderna na periodização da História:
Se os cortes clássicos da história européia fazem coincidir essa data com a passagem da Idade Média para os Tempos Modernos, nada permite supor que
essa mudança de século tenha a priori um significado para o continente americano.(p. 11)
           
            É um dos acontecimentos mais importantes dentre os que definem o início da história moderna. As navegações de Colombo provaram a esfericidade da Terra e permitiram que os europeus entrassem em contato com civilizações que desconheciam. Isso abriu um novo capítulo na história da expansão européia, marcada pela guerra de extermínio que sucedeu ao longo do período colonial, inclusive nas terras que constituíram o Brasil atual. Os historiadores de hoje até se perguntam se houve um descobrimento ou o "cobrimento" de várias civilizações indígenas. Diante desta situação, a transição dos séculos XV para o XVI, deixa-nos na dúvida: será que o descobrimento da América foi algo que contribuiu para o desenvolvimento das civilizações ou foi um fator preponderante para o extermínio de diversas culturas locais? O fato é que a transição dos séculos foi marcada por muitas transformações em grandes civilizações, sendo que, o que para umas foi motivo de desenvolvimento, para outras foi um atraso, uma catástrofe. A conquista de novas terras seria relativamente simples, sem grandes proporções, se as relações entre os conquistadores e os conquistados fossem apenas por motivos territoriais, ou seja, pelo materialismo. Porém sabemos que existiam muitos outros fatores, o que fez com que o cotidiano dos diretamente envolvidos mudasse radicalmente:
Tanto mais que, de forma relativamente inconsciente, acrescentamos a essas mudanças de século um toque de angústia e de suspense, como se essas datas fossem secretamente portadoras do fim dos tempos ou anunciadoras de um milênio de paz e felicidade. (p. 11-12)


Como a sociedade vê este tema
Julgar estes acontecimentos de maneira imparcial fica praticamente impossível – o que os historiadores precisam impacientemente mudar, já que têm como missão dar voz a todos os sujeitos da história – quando nos deparamos com fontes que retratam especificamente a visão do europeu. Quando não nos policiamos, corremos o perigo de achar que a historiografia européia é a única realmente confiável, ou ainda pior, que ela é uma verdade absoluta. Isso faz muitas pessoas pensarem, ao estudar História da América, por exemplo, que tudo o que há no continente americano só passou a existir após a chegada dos europeus, o que fica evidenciado ao observarmos que o estudo da História do Brasil, imposta pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e estudada por todos os alunos da educação básica, inicia-se após o ano de 1500 – um absurdo – como se o Brasil tivesse surgido com o “ar da graça” de Pedro Álvares Cabral. Quanto aos chamados pré-colombianos, ainda aparecem pouco nos livros didáticos e o ponto principal de sua abordagem não está na análise de suas culturas, mas no seu contato com os espanhóis e, consequentemente, na sua dizimação:
Para dizer a verdade, os descobrimentos europeus só têm sentido para os europeus, e as terras e povos que os europeus passam a conhecer jamais brotam do nada. (p.12)
            Mesmo com a existência de grandes equívocos historiográficos, devemos reconhecer que o encontro dos mundos europeu e americano deixou marcas significativas que podem ser observadas até hoje. Os americanos possuem uma identidade extremamente “europeizada” e não carregam consigo um sentimento de pertença à América. Tanto é que, se dissermos que uma pessoa é americana, subentende-se que ela é natural dos EUA, algo bem diferente dos africanos, por exemplo, que são tão integrados culturalmente que algumas pessoas acham que a África é um país.


Europa x América: o encontro
            O encontro dos espanhóis com as tão cobiçadas “Índias” deu-se em outubro de 1492. Pode-se imaginar a repercussão que foi este fato na Europa, quando se descobriu que a aventura de alguns navegantes obteve êxito.
No início do século XVI, nos territórios dominados pela coroa de Castela, espalhou-se a idéia da novidade absoluta do acontecimento: nunca se vira algo assim desde o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. (p. 13)
            Em uma época em que a colonização significava oportunidade de crescimento, com certeza os países europeus demonstraram bastante interesse pela posse das novas terras. Os aliados da Espanha viram neste acontecimento um grande motivo para reforçar a aliança, já seus adversários, provavelmente tentaram de todas as formas tomar o território de seu arqui-rival. Enquanto isso, o cotidiano dos ameríndios antes da chegada dos europeus também era marcado por grandes aventuras e inovações que visavam seu desenvolvimento. Já havia entre eles uma estrutura social formada e utilizando um termo bem europeu, já eram bem “civilizados”.
            O encontro destes dois mundos gerou visões diferenciadas em ambos. Para os ameríndios os europeus eram seres de outro mundo; fisicamente eram muitos diferentes; estavam montados em cavalos, que eram seres até então desconhecidos, o que fez eles pensarem, inicialmente, que homem e cavalo fossem um único ser; sua cultura também era bastante diferente e ainda usavam roupas que, para os nativos, eram desnecessárias. Já os europeus tiveram visões espetaculares, e os meses de sofrimento enquanto navegavam tiveram – o que eles acreditavam – uma grande recompensa:
As primeiras imagens são paradisíacas: uma vegetação exuberante, águas límpidas, aves raras, produtos cobiçados – aloés, canela -, criaturas nuas, bonitas e acolhedoras. (p. 14)
No início da Idade Moderna acreditava-se na existência de um “paraíso terrestre”, onde se podia viver de forma humilde e sem maldade. Achava-se que este lugar era o Éden e ele ainda persistiria em algum lugar do mundo. No final do século XV e início do XVI, associou-se este paraíso à recém encontrada América. Logo os seus habitantes também foram sacralizados, sendo considerados puros e mantedores de uma simplicidade primitiva. Estas opiniões deram origem ao “mito do bom selvagem”. As idéias renascentistas fortaleceram este mito, pois o Renascimento tinha a lembrança de um tempo mítico, em que o homem era bom, perfeito e feliz, e acreditava-se reencontrar isso nos “selvagens”. Outro fator que acentuou ainda mais a importância da região foi a especulação da existência de ouro, sinal de riqueza e motivo de cobiça dos europeus. Com isso, surgiram as primeiras villas européias na América, onde os colonos procuravam viver e conservar a cultura da Europa em meio aquele ambiente natural. Porém, em poucos anos viu-se que nem tudo ocorreria da maneira que esperavam e, da mesma forma que foram construídas, as villas foram abandonadas:
É que em poucos anos as realidades locais se encarregaram de dissipar os entusiasmos dos primeiros tempos e de desmentir os balanços triunfais que Colombo e seus partidários espalhavam. (p. 15)
Faltava para os europeus o necessário para a subsistência e, a pedido de Colombo, objetos e mercadorias foram mandados à América por reis católicos. As queixas ao comandante eram grandes e os colonos já não agüentavam mais tantos martírios que tiraram a vida de muitos de seus companheiros. O tão sonhado ouro parecia não ter passado de especulações e, devido aos empecilhos naturais e a resistência dos nativos, a evangelização não ocorreu da maneira que esperavam.

A dizimação dos ameríndios

            O contado dos nativos do continente americano com os europeus teve conseqüências desastrosas para os primeiros, custando a vida de praticamente toda a civilização:
Por outro lado, é conhecida a série das desgraças que enfraquecem e depois dizimam os autóctones: epidemias e subalimentação, massacres e maus-tratos, exploração desenfreada dos sobreviventes, destruição do meio ambiente e dos modos de vida tradicionais, deportações maciças. (p. 17)
            Diante desta situação, a passagem dos séculos configura-se como um tempo atípico, em que se caracterizou a carnificina e o descaso para com a mesma. As civilizações autóctones, da mesma forma rápida que foram encontradas e exploradas, também foram exterminadas. A sociedade colonial mostrou sua grande capacidade de destruir fauna, flora e homens, bem como seu poder de autodestruição, já que muitos sucumbiram devido a não adaptação ao clima, às doenças e às más condições de vida. Devido ao esgotamento físico e à falta de defesas imunológicas os ameríndios não ofereciam nenhuma resistência às novas doenças portadas pelos colonos e “importadas” por suas caravelas.
 Como os trabalhos na colônia deviam prosseguir, a solução para a escassez de mão-de-obra foi encontrada no tráfico de negros africanos da África portuguesa sob a autorização do rei de Portugal e assim, tem-se início a uma novo momento de exploração e de imposição de uma cultura em detrimento de outra.
Uma grande civilização reduzida praticamente a nada foi o maior saldo da participação européia no Novo Mundo. Uma população de cerca de um milhão de habitantes reduziu-se a apenas cinco mil, sendo que até hoje seus descendentes lutam para fugir da dominação. Resta-nos escolher se queremos continuar fazendo o papel dos colonizadores.

*Este artigo foi baseado na obra GRUZINSKI, Serge. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. Todas as citações foram retiradas desta obra.