Crimes virtuais, horas perdidas em inutilidades, falta de critério no usufruto da Internet e as redes sociais que se tornaram uma verdadeira febre entre a grande maioria dos internautas de todo o mundo, fazem dos mesmos verdadeiros idiotas.
A rede mundial de computadores, sem sombra de dúvidas, representa um dos maiores avanços na história da humanidade, proporcionando praticidade, velocidade e uma espécie de democratização do acesso à informação. Hoje temos uma fantástica biblioteca diante de nossos olhos, ao alcance de nossas mãos (basta alguns cliques) e temos a oportunidade de conhecer lugares e pessoas nunca imaginados. Porém, "quem nunca comeu melado, quando come se lambuza" e essa avalanche de informações tem sido, nos últimos anos, extremamente prejudicial à humanidade. Lembro como se fosse hoje (apesar de fazer pouco tempo) de quando eu utilizava a internet para fazer pesquisas escolares, em sites como o Cadê? e Alta Vista, o que era um privilégio e uma novidade para os estudantes da época. Hoje as crianças a usam de forma indiscriminada e as atividades escolares tornaram-se verdadeiras cópias de páginas da web. Nossos alunos não leem mais, consequentemente pensam menos e captam pouco do conteúdo estudado, afinal pra quê ler, pesquisar, estudar e revisar se o Ctrl+C e Ctrl+V podem poupa-los disso? O pior é que tem-se cada vez mais copiado informações de sites nada confiáveis como o Wikipedia. (clique aqui para conhecer os perigos do Wikipedia)
Mais catastrófico e lamentável tem sido o avanço das "redes sociais" que, tendo o Facebook como maior exemplo, tem criado uma legião de acéfalos, pessoas que regridem intelectualmente, que desperdiçam seu tempo e criatividade na busca desesperada (e inconsciente) de "curtições" e "compartilhamentos". Em uma simbiose em que as redes sociais sempre levam a melhor, as pessoas se expõem de forma escancarada. Sabemos o nome e o sobrenome das pessoas, onde moram, onde estudam, locais que frequentam, com quem namoram, a data do aniversário, onde trabalham, o que pensam sobre determinadas coisas, a cor preferida (as pessoas que passaram pelo processo de idiotização gostam de postar essas coisas, bem como obviedades do tipo: "está fazendo calor" ou "hoje é sexta-feira") e etc., sendo que muitas vezes nem sequer vimos estas pessoas. Ou seja, abrimos mão da privacidade para nos mostrar da forma que queremos que os outros nos vejam, o que se configura em mais um agravante. Penso que a derrocada do quase extinto Orkut tenha sido provocada pelo fato de o mesmo resguardar um pouco mais a vida pessoal de seus usuários.
No vídeo abaixo podemos perceber a proporção alcançada pelo mau uso das redes sociais.
No vídeo abaixo podemos perceber a proporção alcançada pelo mau uso das redes sociais.
No início dos anos 1990, uma coleção de enciclopédias tinha o mesmo valor educacional que um microcomputador tem hoje em dia – eram ótimas ferramentas de pesquisa para os estudantes. Para quem tem menos de 20 anos, pode parecer incompreensível. Como uma coleção de livros de capa dura, grandes, pesados e difíceis de manusear, pode ser tão eficaz quanto os programas de busca da internet, que nos colocam a dois cliques de qualquer resposta? A geração que nasceu depois do surgimento da internet tem a sua disposição o maior volume de informação da história. Mas novos estudos sugerem que a intimidade dos jovens com o mundo digital não garante que eles sejam capazes de encontrar o que precisam na internet.
Uma pesquisa da Universidade de Charleston, nos Estados Unidos, mostra que a geração digital não sabe pesquisar. Acostumados com a comodidade oferecida por mecanismos de busca como o Google, eles confiam demais na informação fácil oferecida por esses serviços. O estudo mostrou que os estudantes usam sempre os primeiros resultados que aparecem após uma busca, sem se importar com sua procedência. No estudo, os pesquisadores pediram a um grupo de universitários que respondesse a algumas perguntas com a ajuda da internet. Mas fizeram uma pegadinha: fontes de informação que não apareceriam no topo da lista de respostas do Google foram apresentadas propositalmente como primeira opção. Os estudantes nem notaram a troca: usaram as primeiras respostas acriticamente. Outro estudo, realizado pela Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, pedia que 102 adolescentes que estavam se formando no ensino médio buscassem termos diversos em sites de pesquisa on-line. Todos trouxeram os resultados, mas nenhum soube informar quais eram os sites usados para obter as respostas: se veio da internet, já estava bom. Revista Época
Enfim, devemos reconhecer que a rede mundial de computadores tem dado importantes contribuições para vários seguimentos da sociedade, mas o seu mau uso tem afetado a criticidade e causado, principalmente pelas redes sociais, uma sensação de conexão efetiva (e afetiva) entre as pessoas, quando na verdade elas estão cada vez mais distantes umas das outras.
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